terça-feira, 28 de abril de 2015

Verão Quente, de Domingos Amaral

 Admito que tinha alguma expectativa com este livro e se por um lado gostei mais do contexto histórico, toda aquela hipótese do Verão Quente, vivemos um pouco a situação pela descrição, e suas possiveis guerrilas entre as várias fações, por outro lado certas personagens me irritam profundamente ao longo do decorrer da história pela forma como se comportam ou são mostradas.
 É ficção, baseada no contexto histórico e turbulento da altura, será possível o assassinato? Talvez porque não. Encata o leitor à medida que se vai narrando e vão aparecendo novos relatos pela mãe de Redonda e o que se vai lembrando. Achei piada a nacionalidade de quem fez o delito, nas várias possibilidades que me ocorreram nunca imaginaria.
 Outra coisa, a forma de relatar a relação existente entre o narrador e Redonda soa sordida e suja. O facto de não saberem o que querem, desde o desejo sexual até o amor acontecer e estamos no fim do livro, no caso dele, e a indecisão, ou melhor puxamento/ afastamento, no caso dela, chateia. 
Sinopse:
Em 1975, no auge do Verão Quente, com Portugal à beira de uma guerra civil, Julieta é encontrada inanimada e cega, depois de cair pela escada, na sua casa de família na Arrábida. E, num dos quartos do primeiro andar, são descobertos, já mortos, o seu marido, Miguel, e a sua irmã, Madalena. Seminus e ambos atingidos com duas balas junto ao coração, as suas mortes levam o tribunal a condenar Julieta pelo duplo homicídio. Vinte e oito anos depois, em 2003, a cegueira traumática de Julieta desaparece e ela volta a ver. Começa também a recordar-se de muitos pormenores daquela tarde trágica em que aconteceu o crime, e em conjunto com Redonda, a sua bonita filha, e o narrador da história, vão tentar reconstituir e desvendar o terrível segredo da Arrábida, que destrui aquela família para sempre. Quem matou Miguel e Madalena e porquê? Será que eles eram mesmo amantes, como a polícia suspeitou? Será que Julieta descobriu a traição infiel do marido e da irmã? Ou será Álvaro, exmarido de Madalena e um dos «Capitães de abril», o mandante daquele crime?
Boas leituras

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